Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.

Charles Chaplin

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Qual a dificuldade?!?!

As vezes me pego pensando: "Qual a dificuldade?!" em enxergar e viver a vida de uma maneira simples?

Nós todos sempre dizemos, ou pensamos que toda essa modernidade e tecnologia nos ajuda... De uma maneira bem simples podemos perceber que tudo anda agora em uma velocidade tremenda, com muito mais praticidade e prontidão...
Mas o que era pra ser apenas positivo se tornou negativo de uma maneira rápida demais... As pessoas não se veêm mais, não tem mais o que fazer além de checar o facebook e olhar seus e-mails...
Nada mais tem sentido a não ser twittar o que se faz...

O simples se tornou dificil demais para se viver.

Num mundo em que tudo funciona a duzentos mil por hora... a simplicidade de chamar um amigo para tomar um sorvete numa praça, tornou-se algo praticamente impossível pelo simples fato de que todos temos que trabalhar muito para conseguir nos manter e sobreviver...
Pobres de nós humanos que nos tornamos marionetes nas mãos de tudo aquilo que criamos... Pobres de nós que quanto mais tentamos nos desenrolar, mais ainda nos enrolamos...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O cachorro e o coelho

Eram dois vizinhos.
O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos.
Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai.
Ele comprou um cão pastor alemão.

Papo de vizinho:

* Mas ele vai comer o meu coelho.
* De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho.
E parece que o dono do cachorro tinha razão.
Juntos cresceram e amigos ficaram.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.
Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho.
Domingo, à tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha.
Pasmo, trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, é claro, morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo.

Dizia o homem:
- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora?! Todos se olhavam.
O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível:
Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha.
E assim fizeram.
Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças.
Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças.
- Descobriram!
Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara é essa?
- O coelho, o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?
- Foi antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora reapareceu!

A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa.
as o grande personagem desta história é o cachorro. Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância.

Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado. O que faz ele... Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo. E o homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e perfume disfarçam a hipocrisia do animal desconfiado que tem dentro dele.
Julga os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar  esta aparência, como melhor lhe convier. Maquiada. Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de todos nós, pobres animais racionais...