Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.

Charles Chaplin

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Palavras em silêncio...

Muitos vão rir. Outros até desacreditar. Ainda outros irão dizer: "É tudo pra chamar atenção!".
Mas o que realmente importa é que: Eu vou falar, que vou me calar... Ou ao menos essa tem sido minha maior vontade nos ultimos tempos.

Sempre gostei de conversar, de dar a minha opinião, de dizer o que é importante, e de aconselhar (mesmo sabendo que não sou a mais sábia do mundo). Sei também que falo alto as vezes, ou quase sempre, quando me empolgo com algum assunto, ou pessoa.

De uns tempos pra cá as coisas mudaram, me peguei pensando no porque esses dias...
Por inúmeras vezes ouvi comentários a respeito disso. O meu jeito de me comportar, de falar, a quantidade que eu falo.

No ínicio, quando pequena mesmo, sempre pensava que, mesmo que ninguém quisesse ouvir, o que eu tinha pra dizer era importante, portanto precisava me fazer ouvir. Lá no fundo da minha mente insana, acredito que por isso, minha voz aumentou o tom, ou/e volume para se fazer ouvir.

Quando cresci um pouco mais, me calei, para prestar a devida atenção no que deveria ser, aos olhos dos outros ao menos. Me transformei naquilo que as pessoas queriam ver de mim. Ou o mais próximo do que podia ser de um outro eu, não sendo o eu que sou desde que me conheço.

Para muitas pessos essa minha fase, pode ter sido até agradável. Porém pra mim não. Me sentia algemada em mim, presa com correntes de cobre celestial, que nunca seriam rompidas. A impressão que tinha era de que nunca alcançaria a liberdade, nunca chegaria nem perto dela. Problema.  Quando me toquei que não deveria agir dessa forma, que deveria ser quem Deus me criou pra ser, quem eu me sentia bem sendo, gritei o mais alto que pude, que Deus me fez assim, e se sou assim, é porque ele me ama desse jeito.

Essa minha concepção ainda não mudou. Porém é difícil para muitas pessoas acreditar que Ele me ama assim, mesmo eu sendo como sou.  Mas o desejo de ser ouvida nunca mudou, sempre foi grande dentro de mim, em qualquer época da minha vida. Isso é muito importante pra mim. Ou era. Ser ouvida.

Mas hoje ou naquele dia pensando a respeito, descobri que, depois de muito me esforçar para ser ouvida, minhas forças se esvaíram, de uma maneira tão sorrateira, que nem notei que acontecia. Quando me dei por mim, já não tinha mais voz. Não deixei de ter o que dizer, nem a minha "garganta" diminui, mas foi a vontade que se foi. A vontade inocente que me consumia, de precisar expor o que eu via, sentia, achava e ouvia, para que todas as pessoas, crescessem comigo, em conhecimento e estatura. Tudo isso sumiu. Hoje notei que coisas que eu fazia, não tenho feito. Prefiro dizer: "Nada não!" a explicar que o que estava querendo dizer é que se mudassemos a trajetória, talvez não fosse mais perto, mas quem sabe a vista seria mais agradável.

Toda essa quantidade de palavras me cansa. E só agora percebo que quando as pessoas me cortavam, e me mandavam ficar quieta, e falar baixo, é porque já estavam cansadas de tentar me compreender e responder todas as minhas inquietudes internas.

Hoje penso que, muitas pessoas precisam passar pelas situações, e não que elas precisam ser advertidas para poderem escolher.

Minhas ansiedades e preocupações, dúvidas e conclusões permanecem em mim pra quem quiser saber.  Porém, serão contadas as vezes que criarei alguma discussão ou debate, sobre assuntos, para que não pensem ao menos que enlouqueci.
Manterei meu pensamentos escondidos embaixo do braço, como um cristão frio, que mantém sua bíblia consigo pra onde quer que vá, mas que não quer que o ouçam, para que não tenha qwue falar, pois já consaou-se de proclamar um evangelho aos gritos, porque é como sabe fazer, e não ser ouvido.


Por esse único motivo, estou me dando ao trabalho de dizer, nessa ultima vez, que me calarei, riam, podem rir. Eu continuarei falando e falando. Mas o que calarei, se até agora não me expressei suficientemente bem é o meu coração. Não mais me preocuparei em dizer aquilo que não me compete, não mais direi minha opinião sobre coisas polêmicas ou não. NÃO MAIS. Que fique claro que eu avisei.

2 comentários:

  1. E você vai chamar como então? Porque essa não é Deborah. E Deus te fez Deborah. Com H. Se você parar de gritar, quem eu vou zuar? Se eu parar de me orgulhar da minha humildade (nem que de brincadeirinha...), pra quem você vai dizer "afff, tá bom vai.. tá bom vai..."?
    A escolha é sua, pode esconder seus questionamentos. No entanto, um homem não se conhece por suas afirmações, mas por suas inquietudes.

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  2. Certa vez, no litoral do Sul da Italia, uma comunidade de pescadores tentava resolver um problema. O barco "Menina dos Olhos" andava pesado de mais, fraco demais, não aguentava mais as pescarias. Já pescava havia 43 anos em mares Toscanos.
    As mais mirabolantes sugestões vieram dos quatro cantos.
    -Troquem o motor!- E assim o fizeram. -Refaçam o manche!- logo foi refeito.
    Nada acontecia.
    Foi então que um senhor barbado, já de costas curvas pelos anos de convés apareceu, e partindo com a mão um pão de linguiça disse em voz calma:
    -Tirem-no do mar.
    Não tiraram metade do barco e o espanto já era geral. Todo o casco estava completamente revestido de um corpo estranho. Tão estranho quanto vivo. Era escuro e esponjoso. Dominava toda a parte da embarcação que ficava submersa.
    -Raspem tudo.
    Todo aquele peso foi raspado. O casco foi repintado. O problema resolvido. Dizem que semana passada mesmo a “Menina” ainda andava sobre as águas daqueles mares.

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